World Gastroenterology Organisation Global Guidelines
Julho de 2016
Equipe de revisão
Julio C. Bai (Coordenador, Argentina)
Carolina Ciacci (Co-coordenadora, Itália)
Gino Roberto Corazza (Itália)
Michael Fried (Suíça)
Carolina Olano (Uruguai)
Mohammad Rostami-Nejad (Irã)
Andrea González (Argentina)
Peter Green (EUA)
Javier Gutierrez-Achury (RU/Holanda)
Michael Schultz (Nova Zelândia)
Elena Verdú (Canadá)
Kassem Barada (Líbano)
Peter Gibson (Austrália)
Sibylle Koletzko (Alemanha)
Thierry Coton (França)
Chris Mulder (Holanda)
Govind Makharia (Índia)
Anton LeMair (Holanda)
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O glúten pode ser definido como uma massa proteica gomosa que permanece depois de lavar a massa de trigo para eliminar o amido [1]. Os principais componentes proteicos do glúten - gliadinas e gluteninas- são proteínas de armazenamento do trigo. O glúten e as proteínas relacionadas ao glúten estão presentes no trigo, centeio e cevada, e são muito utilizadas na elaboração de alimentos para dar à massa as propriedades de cozimento desejadas, acrescentar sabores e melhorar a textura. A exposição ao glúten em indivíduos geneticamente predispostos pode conduzir à doença celíaca [2,3].
A doença celíaca (DC) é uma doença multiorgânica autoimune crônica que afeta o intestino delgado de crianças e adultos geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten [3]. Também é conhecida como espru celíaco, enteropatia sensível ao glúten ou espru não tropical.
A alergia ao trigo é uma reação imunológica adversa, mediada pela imunoglobulina E (IgE) e não IgE, para diferentes proteínas do trigo. Pode ser classificada em quatro categorias, dependendo da via de exposição aos alérgenos e os mecanismos imunológicos de base [4]:
Os pacientes que apresentam resolução de sintomas gastrointestinais e não gastrointestinais com dieta isenta de glúten (DSG), quando a doença celíaca e a alergia ao trigo mediada por IgE foram excluídas, são rotulados como tendo “sensibilidade ao glúten não celíaca” (SGNC). [5]. Apesar dos pacientes relatarem muitas vezes uma melhoria substancial dos sintomas ao adotar uma DSG, os resultados dos ensaios clínicos (que comparam glúten e placebo) foram até agora contraditórios [6–10], levando à incerteza sobre a verdadeira frequência desta síndrome.
No momento, a única forma de detectar a sensibilidade específica a determinado alimento (quando um teste mecânico específico não está disponível) é fazer estudos com alimentos, duplo-cego, controlados com placebo e cruzados, usando proteína de trigo minimamente contaminada com outros indutores de sintomas, como frutanos. Contudo, o efeito nocebo, um fenômeno normal, está presente nesse tipo de testes de provocação e deve ser levado em conta quando os resultados estão sendo interpretados [8,9]. Outros fatores alimentares possíveis ou concomitantes, capazes de induzir sintomas, incluem carboidratos (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis, FODMAP) e proteínas do trigo como os inibidores da amilase-tripsina (IAT). Além disso, como ainda não há prova concreta de que o glúten seja responsável pelos sintomas ou pelo mecanismo exato envolvido, alguns autores acreditam que “hipersensibilidade ao trigo não celíaca” ou “síndrome da intolerância ao trigo” seriam os termos mais apropriados [11,12].
A Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO) visa guiar os profissionais da saúde sobre o melhor manejo da doença celíaca e outros transtornos relacionados ao glúten (TRG), com um documento conciso de recomendações baseadas nas últimas evidências, resultantes de um processo de consenso de especialistas a nível mundial após analisar as melhores práticas atuais.
Em suas cascatas de diagnóstico e tratamento, as diretrizes da WGO oferecem uma abordagem sensível ao contexto e aos recursos. Uma abordagem global padronizada exigiria que a epidemiologia e o contexto clínico fossem comparáveis no mundo inteiro, com toda a gama de testes diagnósticos e opções de tratamento médico disponíveis. Mas, nem a epidemiologia da doença, nem a disponibilidade de recursos para o diagnóstico e tratamento da DRGE, são suficientemente uniformes no mundo para apoiar a indicação de uma única abordagem padrão ouro. Esta diretriz mundial da WGO inclui, portanto, uma série de cascatas com opções sensíveis ao contexto e aos recursos diagnósticos e terapêuticos dos TRG. As Cascatas da WGO pretendem servir como complemento “global” -não substituição- das regras “padrão ouro” elaboradas por grupos regionais e sociedades nacionais. No Apêndice estão relacionadas as atuais diretrizes “padrão ouro”.
Devido à falta de dados suficientes sobre a SGNC e a alergia ao trigo, os autores desta diretriz consideram que de momento não é possível elaborar cascatas para essas entidades.
Cascatas da WGO: conjunto hierárquico de opções diagnósticas, terapêuticas e de manejo para lidar com risco e patologia, qualificadas segundo os recursos disponíveis.
As diretrizes e cascatas da WGO visam destacar as opções de manejo apropriadas sensíveis ao contexto e aos recursos disponíveis em cada área geográfica, independentemente de ser considerada “em desenvolvimento”, “semidesenvolvida” ou “desenvolvida”. As cascatas da WGO levam em conta o contexto, que não é necessariamente definido apenas pela disponibilidade de recursos.
O diagnóstico baseado somente na “avaliação clínica” e melhora após uma dieta sem glúten deve ser fortemente desencorajado. Isso tem levado a diagnósticos errados e só pode ser útil em uma minoria de pacientes da população geral (aqueles com doença celíaca clássica que têm sinais e sintomas de má absorção) e em áreas com recursos extremamente limitados. Pode causar confusão e levar a um diagnóstico incorreto de doença celíaca em pacientes com sensibilidade ao glúten não celíaca, enteropatia não relacionada ao glúten, síndrome do intestino irritável ou melhora dos sintomas “por acaso” (por exemplo, após infecção intestinal). De fato, uma dieta sem glúten pode produzir um efeito inespecífico devido a alterações dietéticas não dependentes do glúten, diminuição dos níveis de FODMAP ou por um “efeito placebo”.
Como testes de primeira linha para pacientes sintomáticos e assintomáticos, os especialistas sugerem utilizar IgA antitransglutaminase tecidual (anti-tTG) + IgA total. Contudo, para confirmar um primeiro teste positivo, ou no caso de títulos de IgA tTG limítrofes, é recomendado fazer mais análises. Outros imunoensaios considerados bons testes incluem os anticorpos antiendomísio (AAE) e um teste positivo de IgA-transglutaminase 2 (TG2) ou de anticorpos IgG antipeptídeos de gliadina desaminados (anti-DGP). Adicionar a combinação de IgG-DGP e IgA-TG2 resulta especialmente útil para detectar pacientes celíacos com deficiência de IgA. Está descrito que utilizando IgG-DGP é possível detectar mais pacientes com suficiência de IgA que não foram detectados com os testes de IgA-TG2. Para alguns autores é melhor fazer IgA-tTG + IgG-DGP - dois testes baseados em antígenos diferentes - que fazer dois testes baseados no mesmo autoantígeno (IgA-tTG + IgA-AAE).
Os parentes de primeiro grau e, em menor medida, de segundo grau têm maior risco de doença celíaca (cerca de 70% dos parentes de primeiro grau são HLA-DQ2 positivos e/ou HLA-DQ8 positivos, contra 30–35% na população geral). A apresentação clínica da doença varia muito, e tanto a doença como os sintomas podem aparecer em qualquer fase da vida. Muitos pacientes com doença celíaca têm poucos sintomas gastrointestinais ou extraintestinais, enquanto uma minoria dos pacientes apresenta má absorção (doença celíaca clássica). Os pacientes com doença celíaca sintomática têm maior risco de complicações, incluindo morte, se comparado à população geral. Esta alta taxa de complicações importantes, no entanto, parece se resolver após 3 a 5 anos de uma estrita dieta sem glúten. O risco de casos de doença celíaca assintomática que são detectados apenas pela sorologia é pouco conhecido.
Os achados diagnósticos chave incluem:
Os testes sorológicos podem:
Tratamento:
Os pacientes com doença celíaca não deveriam consumir produtos contendo trigo, centeio ou cevada. Os pacientes em geral precisam seguir uma dieta estrita sem glúten pelo resto da vida. A aveia pode ser consumida, mas pode estar contaminada com trigo, e a aveia pura, sem contaminação e sem glúten, muitas vezes não está disponível. Um pequeno subgrupo de pacientes com doença celíaca (menos de 5%), também pode ser intolerante à aveia pura, portanto, não é recomendado uma dieta sem aveia, pelo menos durante os 3 primeiros meses de tratamento.
A doença celíaca é comum em todo o mundo e sua prevalência aumentou significativamente nos últimos 20 anos [13]. Houve um aumento substancial de novos casos de doença celíaca, em parte graças às melhores ferramentas diagnósticas e à avaliação profunda dos indivíduos considerados de alto risco para o transtorno [14]. A doença celíaca ainda representa um iceberg estatístico, com muito mais casos não diagnosticados do que diagnosticados [15–17].
Os primeiros estudos epidemiológicos consideravam a doença celíaca como uma doença dos indivíduos de ascendência caucasiana, principalmente da Europa e da América do Norte [20]. No entanto, outros estudos em outras áreas do mundo revelaram uma prevalência similar da doença celíaca. [21–23]. A prevalência do transtorno é globalmente de 1%, mas grandes variações entre os países foram observadas [17].
Em resumo, a distribuição mundial de alimentos contendo glúten, os genótipos predisponentes e fatores envolvidos na patogenia da doença celíaca provavelmente sejam responsáveis pelo surgimento generalizado e quase universal do transtorno.
A proporção de casos diagnosticados e não diagnosticados de doença celíaca varia de país para país (1 em 2 na Finlândia, 1 em 10 nos Estados Unidos, Argentina e Alemanha) [15,21,37, 38]. Isso sugere que a maioria dos casos de doença celíaca não seria detectada sem uma triagem ativa.
Há uma necessidade urgente de aumentar a conscientização entre os pediatras e médicos de atenção primária sobre a grande diversidade de manifestações clínicas e o papel do teste sorológico no diagnóstico da doença celíaca. Na Irlanda do Norte e na Finlândia foi demonstrado ser um fator determinante no aumento de diagnósticos nesses países [39,40].
Não há diferenças substanciais entre as proporções de pacientes sintomáticos e pacientes detectados na triagem (a maioria com um fenótipo subclínico) em nenhum dos países ou áreas geográficas onde os estudos epidemiológicos foram realizados.
O papel específico dos genes HLA-DQA1 e HLA-DQB1 na apresentação dos peptídeos do glúten como antígenos torna o locus MHC HLA o fator genético mais importante no desenvolvimento da doença celíaca. A doença celíaca está associada ao HLA-DQ2 e ao -DQ8; O HLA-DQ2 está presente em aproximadamente 95% dos pacientes com doença celíaca de ascendência do norte da Europa, enquanto o resto é portador do HLA-DQ8 [41]. Análises recentes mostraram que as moléculas HLA de classe I também estão associadas à doença celíaca [42,43].
A frequência dos haplótipos HLA-DQ de alto risco para a doença celíaca mostra variações entre as populações [42], e isso pode estar relacionado a diferenças na prevalência da doença celíaca -há diferenças marcantes entre os grupos de risco do HLA, com risco até seis vezes maior nos grupos de alto risco (haplótipo HLA DR3-DQ2, especialmente homozigotos) em comparação com grupos de baixo risco (DR4-DQ8) [44].
Os testes do HLA são recomendados nas seguintes situações:
O recente aumento do número de pacientes diagnosticados com doença celíaca está relacionado com a maior consciência entre os médicos sobre a muito ampla variedade de manifestações clínicas da doença [3,35,38,53,54]. Também está relacionado ao desenvolvimento e à disponibilidade regional de testes de triagem precisos, bem como ao aumento genuíno da incidência. [35,36].
No âmbito clínico foi observado uma ampla gama de sintomas. Aqui seguimos as “definições de Oslo” para a doença celíaca [3].
Os pacientes com doença celíaca clássica apresentam sinais e sintomas de má absorção, como diarreia, esteatorreia, anemia ferropriva e perda de peso ou alterações do crescimento [3].
Adultos - sinais e sintomas
Crianças - sinais e sintomas
Na doença celíaca não clássica, os pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais inespecíficos sem sinais de má absorção ou com manifestações extra-intestinais (sem sintomas gastrointestinais) [3,55]. A prevalência da doença celíaca não clássica é alta no mundo ocidental com pacientes apresentando principalmente anemia inexplicada por deficiência de ferro.
Adultos e crianças - sinais e sintomas
A apresentação pode ser monossintomática u oligossintomática, ou com baixa intensidade.
Muitos pacientes, especialmente os diagnosticados durante a triagem, não informam nenhum sintoma, mesmo em questionário pormenorizado, e apesar da presença de lesões intestinais características. Uma dieta sem glúten conduz muitas vezes à melhoria na qualidade de vida, até em pacientes considerados assintomáticos no momento do diagnóstico [58]. Isto apoia a continuação da restrição dietética a longo prazo [59].
Esta diversidade de sintomas representa um desafio para os profissionais da saúde que não estão familiarizados com a doença celíaca.
Estudos em famílias mostraram que quase 50% dos pacientes celíacos recém diagnosticados têm uma evolução clínica assintomática [60]. Portanto, é provável que a metade da população não diagnosticada tenha esta forma clínica assintomática. No entanto, muitos pacientes com doença “assintomática” relatam uma “nova normalidade” após iniciar uma dieta sem glúten, e a maioria deles continua a dieta [61].
Existem também vários “mitos”, como:
- Apenas em caucasianos
- Principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
- Apenas na infância.
- Apenas em pacientes com diarreia crônica.
Em adultos e crianças, o diagnóstico de doença celíaca depende da presença de autoanticorpos positivos específicos para a doença celíaca e biopsias intestinais diagnósticas concomitantes [15].
Em pacientes sintomáticos com sinais de má absorção (doença celíaca clássica), foi sugerido que a presença de títulos elevados (10×) de autoanticorpos (anti-transglutaminase) confirmados por testes de autoanticorpos positivos (AAE ou DGP) em uma segunda amostra de sangue seria suficiente para diagnosticar doença celíaca, sem biopsias intestinais. Isso deve ser considerado após analisar os prós e contras com um médico especialista [62].
Uma revisão recente [68] sugere que, embora a doença celíaca cumpra vários critérios da OMS para a triagem em massa, ainda falta uma prova suficiente de seu benefício, e uma estratégia de detecção proativa de casos em grupos de alto risco é, hoje, a abordagem apropriada.
• Diabetes mellitus tipo 1
• Doença tireoidiana autoimune
• Doença hepática autoimune
• Síndrome de Down
• Síndrome de Turner
• Síndrome de Williams
• Deficiência seletiva de imunoglobulina A (IgA)
• Níveis elevados de aminotransferase sérica sem explicação
Nota: estas condições podem não estar relacionadas patogenicamente à doença celíaca, mas a alta prevalência de casos torna necessário fazer testes sorológicos aos pacientes.
Os critérios diagnósticos para a doença celíaca podem diferir em algumas partes do mundo devido a vários fatores.
Embora a endoscopia não seja suficientemente sensível nem específica [70] para detectar a doença celíaca, os seguintes achados endoscópicos [71] devem levantar suspeita:
As biópsias da mucosa intestinal sempre devem ser obtidas quando for observada qualquer uma das características endoscópicas acima expostas. Também devem ser obtidas biopsias endoscópicas, apesar das pregas endoscópicas parecerem normais, se há suspeita clínica da doença, uma vez que muitos pacientes com doença celíaca podem ter pregas aparentemente normais. A ausência de achados endoscópicos tem baixo valor preditivo para excluir a possibilidade de doença celíaca em populações de baixo risco. [64,70].
A combinação de anomalias vilositárias observadas nas biopsias intestinais, juntamente com um teste sorológico positivo, é o critério diagnóstico padrão ouro para a doença celíaca. Uma classificação de Marsh modificada para anomalias vilositárias, é muito utilizada hoje em dia para avaliar a gravidade da atrofia vilositária na prática clínica. [63,72,73].
Embora as alterações histológicas observadas na doença celíaca sejam consideradas características, elas não são patognomônicas, porque alterações semelhantes podem ser observadas em várias outras afecções, como espru tropical, infecção parasitária, imunodeficiência comum variável, enteropatia pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) e drogas e enteropatia induzida por alergia alimentar (como o leite de vaca).
A doença celíaca afeta predominantemente a mucosa do intestino delgado proximal, com danos diminuindo gradualmente em intensidade em direção ao intestino delgado distal, embora em casos graves as lesões possam se estender para áreas mais distais [20].
As lesões no duodeno/jejuno superior podem ser irregulares, e podem passar desapercebidas se a amostragem da mucosa for insuficiente. Devem ser tomadas quatro a seis amostras de biopsia [3] da segunda parte do duodeno e do bulbo duodenal. Em pacientes com doença celíaca ultracurta, a anatomia patológica pode se limitar ao bulbo duodenal, o que ressalta a importância das biopsias nessa área [74]. As biopsias devem ser tomadas quando os pacientes estão em dieta contendo glúten (pelo menos 3g de glúten por dia durante 2 semanas) [75]. Um diagnóstico histológico negativo pode justificar uma segunda biopsia em pacientes selecionados com anticorpos positivos, como anticorpos anti-tTG, anti-DGP e/ou endomísio elevados.
As amostras para biopsia tomadas do duodeno proximal, acima da ampola de Vater, podem apresentar artefatos (por exemplo, estiramento das vilosidades) produzidos pelas glândulas submucosas de Brunner, que podem ser interpretadas falsamente como mucosa plana.
Sob microscopia óptica, os achados histológicos mais característicos [20] em pacientes com doença celíaca que estão ingerindo glúten são:
É altamente recomendado que o relatório do patologista descreva as alterações seguindo um formato estruturado incluindo as histológicas acima mencionadas, contagem de linfócitos intraepiteliais e interpretação em termos da classificação de Marsh modificada. Os patologistas também devem comentar a qualidade das biopsias. Se as biopsias são de baixa qualidade, com pequenos fragmentos não orientados, o patologista deve abster-se de fazer um diagnóstico. Nestes casos, a endoscopia com biopsias múltiplas deve ser repetida antes da restrição do glúten.
Uma série de estudos bem elaborados por Marsh [20] permitiud interpretar a ampla gama de danos na mucosa induzidos pelo glúten, com as alterações histológicas celíacas variando de mucosa normal até atrofia vilositária subtotal/total em pacientes com doença celíaca. A classificação de Marsh modificada é muito utilizada na prática clínica [73,76]. Outra classificação mais simples foi proposta para minimizar a variabilidade intraobservador [77].
Dois grupos principais de marcadores sorológicos doença celíaca não tratada demonstraram ser altamente sensíveis e específicos: [78,79]:
— Anticorpos antiendomísio (AAE) e antitransglutaminase tecidual (anti-tTG)
— Anticorpos contra peptídeos de gliadina deaminados sintéticos (anti-DGPs)
Todos esses anticorpos são baseados na imunoglobulina A (IgA) ou imunoglobulina G (IgG). Especificamente, os testes baseados em IgG são úteis para detectar a doença celíaca em pacientes selecionados com deficiência de IgA.
Os anticorpos endomísio IgA se unem ao endomísio, o tecido conjuntivo localizado ao redor do músculo liso, produzindo um padrão de coloração característico que pode ser visualizado com imunofluorescência indireta [80]. Os testes devem ser titulados, se possível; os títulos séricos positivos de anticorpos endomísio IgA no soro, mesmo baixos, são específicos da doença celíaca. O teste é caro, depende do observador, exige muita mão-de-obra e um especialista para fazer uma interpretação correta. O antígeno alvo foi identificado como transglutaminase-2 tecidual. O teste do anticorpo endomísio IgA é moderadamente sensível (cerca de 80%) e tem a maior especificidade de todos os testes específicos para doença celíaca (com cerca de 100% de especificidade, se realizado por operadores experientes) para doença celíaca não tratada (ativa) [62,78].
Os anticorpos anti-tTG são muito sensíveis e específicos para o diagnóstico da doença celíaca [81]. Os testes de ensaio de imunoabsorção ligado à enzima (ELISA) para anticorpos IgA anti-tTG são muito utilizados na prática clínica atual. Eles estão amplamente disponíveis e são simples de executar; a interpretação dos resultados depende menos do observador e são menos caros do que o ensaio de imunofluorescência necessário para detectar anticorpos anti endomísio IgA [78,79]. Curiosamente, tTG tem como alvo o mesmo autoantígeno (tTG) que AAE. A precisão diagnóstica dos ensaios de IgA anti-tTG foi melhorada com o uso de tTG humana em vez das preparações tTG não humanas (com pior precisão diagnóstica) usadas em kits de imunoensaio anteriores. Embora os anticorpos anti-tTG sejam utilizados em todo o mundo, ainda existem diferenças substanciais no desempenho de diferentes kits comerciais [79].
Um ELISA baseado na detecção de peptídeos de gliadina deaminados (DGPs) desenvolvidos de forma sintética foi introduzido há alguns anos, e a pesquisa clínica mostrou que este ensaio tem um nível muito elevado de precisão diagnóstica em populações de alto e baixo risco. Isso foi confirmado em estudos recentes [82].
Os anti-DGP de classe IgG têm melhores resultados do que os testes DGP baseados em IgA para diagnosticar a doença celíaca [82–84].
Os testes sorológicos específicos para a doença celíaca são importantes para os dois propósitos a seguir [78,85]:
1. Confirmar a dependência do glúten em pacientes com enteropatia (diagnóstico).
2. Selecionar os pacientes para a biopsia duodenal
Para reduzir a necessidade de biopsias duodenais e considerando a diferente precisão dos testes sorológicos, uma série de algoritmos sorológicos é usada para selecionar os pacientes para biopsia em diferentes contextos clínicos.
Escolha do teste sorológico para triagem da população geral:
O teste AAE requer observadores experientes. Os testes baseados em ELISA / radioimunoensaio para a detecção de IgA anti-tTG ou IgG anti-DGP devem, portanto, ser recomendados em lugares com pouca experiência.
A determinação do genótipo HLA-DQ2/-DQ8 pode ser importante no diagnóstico de doenças soronegativas e para excluir a doença celíaca antes de iniciar uma provocação formal com glúten.
Em algumas áreas geográficas, como na África intertropical, onde as instalações de diagnóstico são insuficientes ou inacessíveis, uma dieta presuntiva sem glúten pode ser uma ferramenta diagnóstica indireta, se a melhoria clínica for radical [29]. Como tal, é fácil introduzir em muitas áreas da África um tratamento de baixo custo e sem risco. A principal dificuldade é convencer os pais a introduzir uma dieta na criança desnutrida e, especialmente, a duração da dieta ao longo da vida (embora essa dificuldade não seja específica dos trópicos).
Embora essa estratégia seja relevante em áreas isoladas, onde pode ser a única maneira de confirmar e tratar a doença celíaca, é altamente recomendável que ela seja aplicada nos locais onde a sorologia estiver disponível.
Em todas as pessoas que iniciam uma dieta sem glúten (por qualquer motivo, por exemplo, alergia ao trigo, estilo de vida, SII), é obrigatório excluir a doença celíaca mediante um teste negativo para anticorpos celíacos específicos antes de iniciar a dieta.
As manifestações clínicas da doença celíaca são variadas e elas podem imitar os conjuntos de sintomas de muitas outras doenças gastrointestinais. Além disso, as lesões histológicas sugestivas de doença celíaca também estão presentes em muitas outras afecções, tais como:
A introdução de uma DSG nos pacientes com doença celíaca sintomática pode melhorar de forma significativa os sintomas, os parâmetros bioquímicos anormais e a qualidade de vida [91]. O tratamento ao longo da vida também reduz o risco de complicações malignas e não malignas. Segue havendo preocupação sobre as consequências a longo prazo nos pacientes assintomáticos, e se manter uma DSG durante toda a vida é necessário para todos os pacientes. Vários estudos sugerem que os pacientes que têm a doença detectada durante a triagem, a maioria dos quais pode ser assintomática, podem melhorar sua qualidade de vida a longo prazo com uma DSG [92,93].
Os pacientes com doença celíaca (não tratada a longo prazo) têm risco elevado de complicações benignas e malignas, e de mortalidade [64,94,95].
O único tratamento para a doença celíaca, hoje, é uma dieta estritamente livre de glúten por toda a vida [20,66,100,101]. Nenhum alimento ou medicamento contendo glúten de trigo, centeio e cevada ou derivados pode ser ingerido. Pequenas quantidades de glúten podem ser prejudiciais.
O limite seguro de ingestão de glúten varia de paciente para paciente e foi considerado de 10 a 100 mg/dia, embora um estudo recente tenha indicado que o limite superior não deveria ser maior a 50 mg/dia [106].
Embora a maioria dos pacientes tenha uma resposta clínica rápida a uma dieta sem glúten, a velocidade da resposta varia. Os pacientes graves podem requerer hospitalização, reposição de líquidos e eletrólitos, nutrição intravenosa, ferro, vitaminas e, às vezes, corticoides [109].
Os pacientes devem ser encorajados a ingerir alimentos naturais ricos em ferro e folato, especialmente se houver deficiência comprovada destes minerais. Os pacientes devem consultar um/a nutricionista conhecedor/a das dietas sem glúten, especialmente durante o primeiro ano após o diagnóstico. Nem todos os nutricionistas estão familiarizados com a complexidade de uma dieta sem glúten, e os grupos de apoio locais ou nacionais, em geral, podem oferecer a maior parte da informação necessária.
O apoio ao paciente e a educação no momento do diagnóstico são muito importantes e devem fazer parte do tratamento [110].
Adolescentes com doença celíaca devem passar por um processo de transição formal, com educação e uma transferência estruturada para o sistema de cuidados de adultos [111].
No seguimento da doença celíaca, é importante considerar as seguintes recomendações para avaliar a DSG:
A seguir, um resumo das recomendações para seguimento após diagnóstico e ferramentas para monitorar a adesão a uma dieta sem glúten [9] durante o primeiro ano após o diagnóstico:
Avaliação clínica: verificar sintomas e fazer exames laboratoriais (como hemograma completo, estado do ferro, vitamina B12, sorologia celíaca, cálcio, vitamina D) e testes sorológicos para doença celíaca (os melhores preditores até agora: determinação quantitativa de IgA anti-tTG e IgA anti-DGP) [84,104,115].
Grãos, amidos e farinha não permitidos em dietas sem glúten [101,121]:
* Variedades de trigo
Aveia pura sem contaminar está disponível em alguns países, mas permitida em determinada quantidade. Embora muitos estudos indiquem que os pacientes com doença celíaca podem consumir aveia sem problemas em quantidades moderadas, existe preocupação pela possível contaminação da aveia com trigo e cevada na fase de processamento dos cereais.
Grãos, farinhas e amidos sem glúten permitidos na dieta livre de glúten:
Embora esses cereais, farinhas e amidos sem glúten sejam permitidos na DSG, pode haver problemas com a contaminação cruzada com trigo e cevada. Portanto, é preciso analisar os amidos e farinhas para uma detecção preliminar de glúten antes de permitir seu uso na dieta dos pacientes celíacos. Alguns países publicam periodicamente listas atualizadas de produtos sem glúten na internet. Os alimentos na lista foram analisados para detectar o teor de glúten [122,123].
Cozimento e preparação de alimentos: os pacientes devem ser instruídos a não contaminar alimentos sem glúten, por exemplo, usando utensílios de cozinha, superfícies de cozimento e torradeiras separados.
A maioria dos alimentos produzidos industrialmente contêm ingredientes não permitidos. É importante prestar atenção ao rotulado e conferir quais alimentos estão permitidos nas listas disponíveis. É muito importante poder integrar um grupo de apoio.
A dieta sem glúten é pobre em fibras. Os pacientes devem ser aconselhados a ingerir uma dieta rica em fibra complementada com arroz integral, milho, batata e abundantes vegetais. Qualquer deficiência dietética como ferro, ácido fólico, cálcio e (muito raramente) vitamina B12 deve ser corrigida.
Atualmente, não existem medidas definitivas para a prevenção primária da doença celíaca com base no tempo de introdução do glúten para lactentes ou na duração da amamentação. Ensaios controlados randomizados falharam em induzir a tolerância administrando pequenas quantidades de glúten [48] ou retrasando a introdução do glúten até depois dos 12 meses de idade [49]. Ainda se discute se a quantidade de glúten administrada é importante [51,124,125]. A detecção precoce e o tratamento são os métodos mais válidos para a prevenção secundária da doença celíaca [126].
No debate sobre como melhorar a detecção dos transtornos relacionados ao glúten, alguns recomendam mudar de um caso de alto risco para uma política ativa de testes sorológicos da doença celíaca na população geral [68,127].
Como os passos envolvidos na imunopatogênese da doença celíaca têm sido gradualmente desvendados, muitos alvos imunopatogenéticos estão sendo explorados para tratamentos alternativos/adjuntos, como a digestão intraluminal de glúten, a melhora nas funções de barreira e os imunomoduladores. Muitas das novas opções atingiram a fase dos ensaios clínicos, mas nenhuma delas está disponível ainda para uso clínico.
A sorologia celíaca pode ser útil, mas a diminuição das concentrações de anticorpos celíacos específicos indica redução do glúten e têm capacidade limitada para definir a adesão completa. Uma vez que os anticorpos tenham se normalizado, um subsequente aumento no nível é considerado um bom indicador da ingestão de glúten. A medida definitiva de adesão é a demonstração da cicatrização intestinal, mas isso pode não ocorrer inclusive em pacientes que evitarem estritamente o glúten.
Intervalo de avaliação: a cada 3-6 meses, até que os exames basais anormais sejam corrigidos ou até a estabilização clínica; depois, a cada 1-2 anos.
Frequência: idealmente a cada 3-6 meses até normalização clínica; depois, a cada 1-2 anos. Isto é especialmente importante em mulheres em idade fértil e durante a gravidez. Um nutricionista especializado deve ser consultado para:
- É importante que os pacientes com doença celíaca consultem um especialista e que consumam uma dieta balanceada incluindo vitaminas, cálcio e fibras.
Os pacientes que não conseguem aderir à dieta podem precisar de apoio com ajuda psicológica.
A persistência dos sintomas quase sempre é provocada pela ingestão contínua de glúten. Uma dificuldade comum com a dieta sem glúten é a contaminação cruzada e a presença de glúten suspeitado nos alimentos processados e/ou medicamentos. O glúten é amplamente usado em alimentos processados; pode ser um ingrediente oculto, por isso, é prudente que os pacientes verifiquem sempre a lista de ingredientes antes de comprar os produtos. Se a resposta a uma dieta sem glúten for subótima, a ingestão intencional ou inadvertida de glúten deve ser considerada. Nestes casos, a persistência de sorologia positiva pode identificar intervalos importantes e contínuos na adesão à dieta.
Lista de causas de persistência dos sintomas em pacientes com doença celíaca:
* As três últimas podem ser consideradas complicações de doença celíaca prolongada
Adolescentes/jovens adultos com doença celíaca correm o risco de abandono “médico” antes e durante a transferência para o sistema de cuidados de saúde de adultos [128,129]. Em geral, os adultos com doença celíaca estão acostumados a cuidar de sua dieta e aprendem rapidamente o que podem comer. No entanto, os adolescentes geralmente ainda são ajudados pelos pais e cuidadores e podem não ser autônomos em lidar com a doença. Não existem diretrizes precisas para preencher a lacuna entre os serviços pediátrico e adulto para a doença celíaca, e agora o que é recomendado é dar uma atenção médica de transição. A clínica de transição deve se concentrar na educação (problemas dietéticos e de saúde), na necessidade de monitorar a doença além de lidar com os problemas psicológicos que possam surgir [111].
A doença celíaca refratária é definida como a persistência (ou recorrência) de sintomas clínicos e anomalias histopatológicas associadas a sintomas clínicos, apesar da excelente adesão à DSG durante pelo menos 12 meses [108]. Isto pode ocorrer na apresentação (primária) ou após uma resposta inicial à dieta sem glúten (secundária) [130]. A doença celíaca refratária deve ser considerada especialmente em pacientes celíacos diagnosticados após os 50 anos.
Há dois subtipos de doença celíaca refratária:
A doença de tipo II é considerada uma forma de linfoma intraepitelial de baixo grau, revelada por má absorção severa que não responde à dieta sem glúten. Esta é a forma mais grave e está associada a uma alta taxa de mortalidade [].
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